segunda-feira, 31 de maio de 2010

As tantas outras faces da vida.

Hoje não acordei humano.
Nem sequer sei se acordei ou se fui jogado de cabeça contra o chão áspero da vida.
São estranhas as sensações que percorrem meu corpo hoje, uma salada de sentimentos que vai de medo à solidão em instantes.
Sombras negras percorrem a alma que não tenho.
Desilusões insistem em se apresentar, mesmo que eu já saiba de cor e salteado, o quão triste e medonhas são as suas faces.
As piores faces.
As outras faces.
As minhas faces.
Da dor.
Do horror.
Do arrependimento e da impulsividade eloquente que a cada instante dilacera meu corpo com as múltiplas facadas da realidade.
Da minha realidade.
Só minha realidade.
Triste realidade, de faces obscuras e sombrias, de medos que gritam toda noite em meu sono, de dores físicas e psicológias. De incertezas que vão da mais minúscula dúvida à mais cruel falta de objetivos.
E como fazê-las passar sem ter que conhecer mais a fundo o quão perversa é a minha vida?
Mas, o que é a minha vida afinal?
Um amontoado de livros, sonhos ridículos e impossíveis, faculdade, trabalho, relacionamentos sem começar e nenhuma perspectiva de crescer não poderia ser considerado uma vida.
O que fiz da minha vida?
O que fiz de mim?
As piores escolhas, as mais dolorosas opções, o pior lado escuro.
Na balança dos sentimentos, os meus pesadelos somam mais que as minúsculas e impossíveis verdades que guardo dentro de mim, e que um dia gostaria que realmente se tornassem verdades, concretas verdades.
Não nessa vida.

sábado, 22 de maio de 2010

Inclinações

I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
These wounds won't seem to heal
Now I'm bound by the life you've left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me
There's just too much that time cannot erase
I've been alone all along ...

P.S.: Hoje senti algo indescritível, como se tudo o que eu sou não pertencesse a mim, como se eu não fosse isso que reside nesse corpo esguio, cansado e deturpado. Como se essa vida não fosse minha. Como se os meus amigos não fossem meus, como se eu os estivesse perdendo, vendo-os escapar de minhas mãos e não poder fazer nada. O que resta a fazer quando você é um intruso na própria vida?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Amigos? O que é ser amigo!?

Amigo é aquele que toca na sua ferida numa mesa de chopp, acompanha suas vitórias, faz piada amenizando problemas. É quem tem medo, dor,  náusea, cólica, gozo, igualzinho a você. É quem sabe que viver é ter história pra contar. É quem sorri pra você sem motivo aparente, é quem sofre com seu  sofrimento, é o padrinho filosófico dos seus filhos. É o achar daquilo que você  nem sabia que buscava. Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não, pequenos bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas. É aquele que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos.
Amigo é quem fala e ouve com o olhar, o seu e o dele em sintonia telepática. É aquele que percebe em seus olhos seus desejos, seus disfarces, alegria, medo. É aquele que aguarda pacientemente e se entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu olhar, e é quem tem uma palavra sob medida quando estes mesmos olhos estão amplificando tristeza interior. É lua nova, é a estrela mais brilhante, é luz que se renova a cada instante com múltiplas e inesperadas  cores que cabem todas na sua íris.
Amigo é aquele que te diz   "eu te amo" sem qualquer medo de má interpretação:
Amigo é quem te ama "e ponto".
É verdade e razão,   sonho e sentimento.
Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não exista.
   
 Marcelo Batalha -20/10/96   

...

- Então, o que é ser amigo de alguém? - o pequeno  grão de areia perguntou ao dono do mais belo dos sorrisos que já havia visto em toda a sua vida durante mais uma de suas conversas.
- Ah, não há explicação pra isso. É só um amontoado de sensações boas, sorrisos, elogios e abraços ... sem contar, os eu-te-amo-ditos-ou-escritos, é tirar fotos legais, e ficar juntos no final de semana, deixar os mais emocionantes depoimentos e cartas, é ter fotos pregadas no quarto todo!
- Mas... onde fica as críticas construtivas, os puxões de orelha, as cobranças e os tapas na cara (não no sentido literal da palavra, mas ... esquece), a volta à realidade, o crescimento em conjunto, as opinões contrárias? - quis saber o pequenino.
- Você me perguntou o que era ser amigo de alguém, e não o que é a realidade - finalizou o mais belo dos sorrisos, que agora, havia 'amarelado' instantaneamento com a observação.
O grãozinho pensou por alguns instantes, que mais pareceram séculos, e concluiu:
- Somos amigos mesmo?

sábado, 8 de maio de 2010

Um não sei o quê de mudança.

O dia em que tudo mudar, e essa música se tornar a minha realidade, aí sim eu vou estar completo ...

Grew up in a small town
And when the rain would fall down
I'd just stare out my window
Dreaming of what could be
And if I'd end up happy
I would pray
Trying hard to reach out
But when I tried to speak out
Felt like no one could hear me
Wanted to belong here
But something felt so wrong here
So I'd pray
I could breakaway

I'll spread my wings and I'll learn how to fly
I'll do what it takes till I touch the sky
Make a wish, take a chance, make a change and breakaway
Out of the darkness and into the sun
But I won't forget all the ones that I love
I'll take a risk, take a chance, make a change and breakaway
...
Wanna feel the warm breeze
Sleep under a palm tree
Feel the rush of the ocean
Get onboard a fast train
Travel on a jetplane
Far away
And breakaway
...
Buildings with a hundred floors
Swinging with revolving doors
Maybe I don't know where they'll take me but
Gotta keep movin on, movin on
Fly away, breakaway
Breakaway

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Passou o dedo pela cabeceira e mostrou para a garotinha deitada na cama ao lado:
— Olha essa sujeira, minha filha, isso aqui está uma vergonha!
— Mas não fui eu que sujei.
— Foi você sim. Está aqui no seu quarto.
— Mas…
— Nada de “mas”. Ainda hoje você pega um paninho e limpa. Quando eu voltar, quero ver isso aqui brilhando.
A garotinha, ainda deitada na cama, refletiu sobre o pó em cima da cabeceira e sua relação de culpa em relação ao pó. E, quando a mãe voltou, a cabeceira ainda estava toda empoeirada. Ela então cobrou a filha:
— Por que é que a cabeceira continua toda cheia de pó?
Com um ar de saber só de experiências feito, a garotinha respondeu, até com certo desprezo:
— Não adianta limpar. Vai sujar de novo. É pó de gente.

(texto do livro Vem cá que eu te conto,
de Rodrigo Domit e Gisele Pacola)

domingo, 2 de maio de 2010

Alguma lembrança sobre o amor.

"Chegou o fim do fim. Deixo agora aquilo que me deixou por um fio. Talvez seja o medo do caminho desconhecido, talvez seja o cansaço de caminhar, mas meus passos fraquejam agora. E por tanto medo de dar um passo em falso, caminhei pisando sobre meus sentimentos. Sonhando tanto em conseguir o amor dos outros, esqueci de me amar. Vesti mil fantasias, experimentei tantas maquiagens e fiz muita pose, esquecendo de chamar minha própria atenção. E por baixo do meu belo figurino, falhei em conquistar meus próprios olhos, os que me viam nu. Enchi um rio de lágrimas do mundo equanto deixava minha dor sedenta.
Sim, te dei meu coração! Por tanto tempo que esqueci de como ele batia. E por olhar só para você, por você, me esqueci de olhar para o relógio, não vi o tempo passar. Desculpe, mas agora estou atrasado, tenho que correr atrás de mim!
Eu amei, eu chorei, eu traí. Eu menti, eu disse a verdade, engoli. Tudo pelo meu coração, sem saber que ele nem era meu. E acordar pensando em você me fez esquecer de levantar. Acorda só agora em tua cama, pois me lembrei de abrir os olhos. Lembrei de fazer meu café e da ressaca da (longa) noite passada. O meu amor-próprio mandou notícias, disse que vai voltar. Eu preciso de mim agora, e vice-versa; Desculpe, meu amor, mas agora eu serei meu amor. Não esqueça meu telefone, não transforme o amor em ódio. Pensa em mim, que eu também pensarei em mim. Sei que ainda vou te fazer tremer, e vou te custar algumas horas de sono, mas antes estar acordado do que ter um pesadelo. Desculpe por algo que fiz de errado, e adeus. Termino agora a nossa história aprender a escrever a minha."
Algumas palavras do meu fotolog, ditas por um alguém que não sou eu, mas que agora é exatamente tudo o que eu quero dizer neste instante.

domingo, 18 de abril de 2010

Questions between parentheses.

Durante os dois últimos anos, convivi (e convivo) com essa dúvida; isso vale a pena? Sacrificar (?) minha juventude pelo incerto, pelo ‘talvez’, vale a pena!? São essas interrogações que já fizeram moradia em minha cabeça, no departamento faculdade, e de lá se recusam sair. São setecentos dias aproximadamente a que eu me dedico a incerteza. A incerteza de profissão, de vida, de amigos. Um x-tudo, de nada. É complicado trabalhar com incertezas, mais complicado, diria eu, até que trabalhar com os contratos lá do escritório. MUITO, com letra maiúscula, mais complicado, diga-se de passagem. Todo ano. Todo dia. Toda aula. É a mesma pergunta: é isso mesmo!? Apenas gostaria que me respondessem, se isso vai valer a pena, se é realmente isso mesmo, porque daí... cara, daí eu me empenharia ainda mais, sacrificaria o pouco que fica por sacrificar, deixaria tudo, e então sentiria(?) o preenchimento de todo vazio. 
No manual do candidato, aquele que eu comprei lá nos correios – em maio de dois mil e sete; não tinha um parágrafo sequer dizendo, que eu poderia me perder (quem dirá, me achar) dentro do curso, não me disseram (deveria?) que eu teria que lidar com a incerteza, com os medos, com a solidão. E por quê, se isso é uma das coisas na qual mais temos contato quando entramos pra faculdade?! Mais uma pergunta sem resposta pra minha coleção. Não me disseram que eu teria medo, inveja e até uma cobiça pelo destino alheio, não me explicaram que eu iria querer me jogar pela janela do terceiro andar da faculdade, depois de escrever merda na prova, ou de calcular a depreciação da máquina duas vezes. Não me disseram que eu iria querer trocar de vida, assim como quem troca de roupa, tampouco me disseram que eu sentiria medo e que sozinho (no abandono da noite) eu choraria de medo.
Mas medo do quê, eu me pergunto?, de perder cinco anos na faculdade? De apenas deixar algo em troca de outro? Sabe, na mesma hora que eu escrevo essas linhas, eu me sinto tão mesquinho porque, querendo ou não, estou numa faculdade pública, e quantos não gostariam dessa situação!? Me vem à cabeça também um dia (ainda desconhecido) em que eu não vou acreditar que pude escrever tantas drogas por simplesmente estar me sentindo sozinho, ou simplesmente por algo estar dando errado. Não sei, são tantas incertezas agora, que fica até difícil pensar, preciso só de paz para o meu coração, e algumas palavras de apoio. Obrigado.

domingo, 11 de abril de 2010

A real história do patinho feio

Ontem foi o ponto final. Aquela festa, que eu prefiro nem me lembrar, foi o ponto alto da minha teoria: sou um peixe fora d'água nesse lugar.
É tão inexplicável esse turbilhão de emoções que percorrem minhas veias (onde deveria circular algum sangue), que eu fico perdido com as minhas próprias palavras. De ontem pra hoje eu ouvi dezessete vez a música mais antiga que conheço, e em cada vez que eu a ouço sinto uma coisa diferente. É possível acontecer isso, ou sou anormal!? Minha mãe falando aquelas coisas que me deixam constrangido, minha irmã boca aberta, meu pai me enchendo, me estressa! A vontade que tenho nesse instante é sair correndo, sem direção, apenas por correr, e depois cair em algum canto e ali dormir. É difícil as pessoas perceberem que eu sou normal, que tenho meus sonhos e objetivos, e que casar não está nos meus planos?! Já cansei de sofrer, de entregar meu coração para qualquer um pisotea-lo.

"We both know I'm not what you, you need. I hope life treats you kind, and I hope you'll have. All you've dreamed of. And I wished you joy, And happiness. But above all this, I wish you love. I, I will always love you...you!"


É horrível saber que o patinho feio não vai se tornar um cisne lindo, e que encontrará alguém para amar, e ser amado, e sorrir, dormir juntinho, e então quando chegar o dia dos namorados, aniversário ou qualquer dia, presenteá-lo e ver o sorriso mais lindo do mundo. Poder dizer que a ama e que pra sempre quer ficar ao seu lado. Fazer tudo isso é fácil, o difícil na minha história é o final, onde ninguém fica com ninguém. E apenas eu (e mais ninguém) chora.
Desisto antes mesmo de tentar. Não quero mais esperar um final feliz pra minha história, porque não quero o final feliz, quero a história toda, mesmo que isso seja apenas um sonho.

"Eu tinha uma necessidade desesperada, quase mórbida, de ser amado, ainda mais porque eu sentia que era feio, ruim e não tão amável." Edith Piaf .

sábado, 10 de abril de 2010

Others words.

"Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família. A armadilha. [...] Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor."
Maybe I know somewhere deep in my soul that love never lasts. And we've got to find other ways to make it alone or keep a straight face, and I've always lived like this keeping a comfortable, distance. And up until now I swored to myself, that I'm content with loneliness, because none of it was ever worth the risk.

sábado, 3 de abril de 2010

Alguma anotação sobre o fim de nós.

Há quanto tempo eu não escrevo nada sobre você? Há quanto tempo, não penso mais em você? Meses, semanas, dias, horas... não sei. Não sei nem mais o que éramos, quem dirá a frequência em que penso em você. É engraçado, porque há alguns meses atrás eu não saberia o que seria de mim sem suas palavras, abraços, sua voz e suas falsas promessas. Hoje, meses depois de tê-lo perdido, vejo que não éramos as metades da laranja que achávamos que éramos. Éramos apenas dois solitários em busca de algum carinho, alguma atenção. Éramos dois sonhadores... não somos mais.
Fomos uma vida durante algum tempo. Hoje afirmo: realmente eu te esqueci. Doeu, machucou, demorou, mas eu te esqueci, e agora, depois de ter desperdiçado tantas lágrimas, eu vejo que o tempo sempre cura. É uma cura lenta, vagarosa, desoladora, mas é uma cura, afinal. E como todas as curas, ela só faz bem; restaura. E foi o que essa cura, essa abstinência das suas palavras me fizeram: bem. Demorou mais eu me restaurei, e quem sabe eu não esteja pronto pra outro ataque!? Sem mais palavras...
Sem mais você na minha vida.
And If I let myself go I'm the only one to blame!