sábado, 26 de junho de 2010

Discurso


E aqui estou, cantando.
Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.
Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.
Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?

 Cecília Meireles

domingo, 20 de junho de 2010

Two days and a same feeling.

UM ...

Vontades
Deu vontade de falar e eu vou falando tá!?
Tô com vontade de ficar em casa sentado na cama olhando o nada.
Vontade de falar pra todo mundo o que realmente sou, penso e gosto.
Vontade de dar um ponta-pé inicial, no quesito mudanças.
Vontade de ter coragem (onde encontro?)
Vontade de pegar aquele gigantesco livro de psicologia que eu reservei na faculdade e terminar meu trabalho, porque me empolguei demais com essa matéria.
Vontade de não fazer nada.
Só olhar.
E esperar a oportunidade e a certeza de um futuro melhor, bater na minha porta. Tenho que ficar atendo, já que dizem que ela só bate uma vez só.
Não posso perdê-la, como fiz com a minha paz. 
 Date: Wed, 16 de Jun 2010 11:47:56

DOIS...
 
Vivendo do passado.
Hoje eu acordei e não quis acordar, como todo dia (vulgo, preguiça). Deu aquela vontade absurda de ficar dormindo o dia todo, sonhando com o mundo que julgo ser o 'mundo perfeito' pra mim.
Só ilusão.
Nenhum aproveito.
Alguma coisa no meu cérebro me lembrou que eu TENHO que acordar e tomar um banho pra começar minha rotina semanal. (Deixo aqui, meu registro de que às vezes eu odeio meu cérebro).
Pois bem.
Fui. Ou melhor, tomei coragem e fui.
Cheguei não sei como, e trabalhei até agora não sei como, mais ainda.
Não tenho absolutamente cabeça nenhuma pra nada.
Absolutamente.
Mas, não é muito o agora que está me infernizando, acho que é o fim do que era o fim já.
De reprente você vê sua vida no caminho que não é o que você quer, e tá eu não vou vir com a história do eu-odeio-o-meu-curso-e-quero-desistir porque disso você já sabe. E, vamos combinar, já tá até cansada de me ouvir falar né!?
Mas é que, sei lá.
Queria mudar.
No sentido mais amplo da palavra.
De cidade
De curso
De visual
De personalidade
De temperamento
De mim, afinal.
E nada disso é possível.
Queria ter:
Um amor.
Ser feliz.
Dar risada, expressando sinceridade, e não o sorriso só-para-agradar.
Ter novas perspectivas.
Me desprender dessa verdade, que não é conhecida.
Desse nó que a minha garganta insiste em criar, quando eu penso nisso.
Ou quando eu assisto ao episódio 16 de GG, e que incrivelmente eu sempre choro.
Ou quando vejo progresso, onde em mim só vejo retrocesso.
Ou.
Ou.
Ou.
OU NADA.
Um nada é bem melhor que a mentira de UM TUDO.
Eu acho.
O que eu acho, afinal?
Alguma coisa em mim me diz que há caraminholas na minha cabeça.
Afinal.
Sei lá, talvez o fim!?


"Quem não estiver contente com o presente, viva como eu, das saudades do passado." Manuel Bandeira
Date: Mon, 14 Jun 2010 15:23:34