sexta-feira, 23 de julho de 2010

"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer NÃO dói." Cazuza.

domingo, 4 de julho de 2010

"Hoje vamos jogar uma pedra grande no lago e as ondulações vão chegar a lugares que você não imagina. (...) Jamais desconsidere a maravilha das suas lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar." A Cabana - William P. Young

sábado, 26 de junho de 2010

Discurso


E aqui estou, cantando.
Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.
Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.
Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?

 Cecília Meireles

domingo, 20 de junho de 2010

Two days and a same feeling.

UM ...

Vontades
Deu vontade de falar e eu vou falando tá!?
Tô com vontade de ficar em casa sentado na cama olhando o nada.
Vontade de falar pra todo mundo o que realmente sou, penso e gosto.
Vontade de dar um ponta-pé inicial, no quesito mudanças.
Vontade de ter coragem (onde encontro?)
Vontade de pegar aquele gigantesco livro de psicologia que eu reservei na faculdade e terminar meu trabalho, porque me empolguei demais com essa matéria.
Vontade de não fazer nada.
Só olhar.
E esperar a oportunidade e a certeza de um futuro melhor, bater na minha porta. Tenho que ficar atendo, já que dizem que ela só bate uma vez só.
Não posso perdê-la, como fiz com a minha paz. 
 Date: Wed, 16 de Jun 2010 11:47:56

DOIS...
 
Vivendo do passado.
Hoje eu acordei e não quis acordar, como todo dia (vulgo, preguiça). Deu aquela vontade absurda de ficar dormindo o dia todo, sonhando com o mundo que julgo ser o 'mundo perfeito' pra mim.
Só ilusão.
Nenhum aproveito.
Alguma coisa no meu cérebro me lembrou que eu TENHO que acordar e tomar um banho pra começar minha rotina semanal. (Deixo aqui, meu registro de que às vezes eu odeio meu cérebro).
Pois bem.
Fui. Ou melhor, tomei coragem e fui.
Cheguei não sei como, e trabalhei até agora não sei como, mais ainda.
Não tenho absolutamente cabeça nenhuma pra nada.
Absolutamente.
Mas, não é muito o agora que está me infernizando, acho que é o fim do que era o fim já.
De reprente você vê sua vida no caminho que não é o que você quer, e tá eu não vou vir com a história do eu-odeio-o-meu-curso-e-quero-desistir porque disso você já sabe. E, vamos combinar, já tá até cansada de me ouvir falar né!?
Mas é que, sei lá.
Queria mudar.
No sentido mais amplo da palavra.
De cidade
De curso
De visual
De personalidade
De temperamento
De mim, afinal.
E nada disso é possível.
Queria ter:
Um amor.
Ser feliz.
Dar risada, expressando sinceridade, e não o sorriso só-para-agradar.
Ter novas perspectivas.
Me desprender dessa verdade, que não é conhecida.
Desse nó que a minha garganta insiste em criar, quando eu penso nisso.
Ou quando eu assisto ao episódio 16 de GG, e que incrivelmente eu sempre choro.
Ou quando vejo progresso, onde em mim só vejo retrocesso.
Ou.
Ou.
Ou.
OU NADA.
Um nada é bem melhor que a mentira de UM TUDO.
Eu acho.
O que eu acho, afinal?
Alguma coisa em mim me diz que há caraminholas na minha cabeça.
Afinal.
Sei lá, talvez o fim!?


"Quem não estiver contente com o presente, viva como eu, das saudades do passado." Manuel Bandeira
Date: Mon, 14 Jun 2010 15:23:34

segunda-feira, 31 de maio de 2010

As tantas outras faces da vida.

Hoje não acordei humano.
Nem sequer sei se acordei ou se fui jogado de cabeça contra o chão áspero da vida.
São estranhas as sensações que percorrem meu corpo hoje, uma salada de sentimentos que vai de medo à solidão em instantes.
Sombras negras percorrem a alma que não tenho.
Desilusões insistem em se apresentar, mesmo que eu já saiba de cor e salteado, o quão triste e medonhas são as suas faces.
As piores faces.
As outras faces.
As minhas faces.
Da dor.
Do horror.
Do arrependimento e da impulsividade eloquente que a cada instante dilacera meu corpo com as múltiplas facadas da realidade.
Da minha realidade.
Só minha realidade.
Triste realidade, de faces obscuras e sombrias, de medos que gritam toda noite em meu sono, de dores físicas e psicológias. De incertezas que vão da mais minúscula dúvida à mais cruel falta de objetivos.
E como fazê-las passar sem ter que conhecer mais a fundo o quão perversa é a minha vida?
Mas, o que é a minha vida afinal?
Um amontoado de livros, sonhos ridículos e impossíveis, faculdade, trabalho, relacionamentos sem começar e nenhuma perspectiva de crescer não poderia ser considerado uma vida.
O que fiz da minha vida?
O que fiz de mim?
As piores escolhas, as mais dolorosas opções, o pior lado escuro.
Na balança dos sentimentos, os meus pesadelos somam mais que as minúsculas e impossíveis verdades que guardo dentro de mim, e que um dia gostaria que realmente se tornassem verdades, concretas verdades.
Não nessa vida.

sábado, 22 de maio de 2010

Inclinações

I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
These wounds won't seem to heal
Now I'm bound by the life you've left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me
There's just too much that time cannot erase
I've been alone all along ...

P.S.: Hoje senti algo indescritível, como se tudo o que eu sou não pertencesse a mim, como se eu não fosse isso que reside nesse corpo esguio, cansado e deturpado. Como se essa vida não fosse minha. Como se os meus amigos não fossem meus, como se eu os estivesse perdendo, vendo-os escapar de minhas mãos e não poder fazer nada. O que resta a fazer quando você é um intruso na própria vida?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Amigos? O que é ser amigo!?

Amigo é aquele que toca na sua ferida numa mesa de chopp, acompanha suas vitórias, faz piada amenizando problemas. É quem tem medo, dor,  náusea, cólica, gozo, igualzinho a você. É quem sabe que viver é ter história pra contar. É quem sorri pra você sem motivo aparente, é quem sofre com seu  sofrimento, é o padrinho filosófico dos seus filhos. É o achar daquilo que você  nem sabia que buscava. Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não, pequenos bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas. É aquele que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos.
Amigo é quem fala e ouve com o olhar, o seu e o dele em sintonia telepática. É aquele que percebe em seus olhos seus desejos, seus disfarces, alegria, medo. É aquele que aguarda pacientemente e se entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu olhar, e é quem tem uma palavra sob medida quando estes mesmos olhos estão amplificando tristeza interior. É lua nova, é a estrela mais brilhante, é luz que se renova a cada instante com múltiplas e inesperadas  cores que cabem todas na sua íris.
Amigo é aquele que te diz   "eu te amo" sem qualquer medo de má interpretação:
Amigo é quem te ama "e ponto".
É verdade e razão,   sonho e sentimento.
Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não exista.
   
 Marcelo Batalha -20/10/96   

...

- Então, o que é ser amigo de alguém? - o pequeno  grão de areia perguntou ao dono do mais belo dos sorrisos que já havia visto em toda a sua vida durante mais uma de suas conversas.
- Ah, não há explicação pra isso. É só um amontoado de sensações boas, sorrisos, elogios e abraços ... sem contar, os eu-te-amo-ditos-ou-escritos, é tirar fotos legais, e ficar juntos no final de semana, deixar os mais emocionantes depoimentos e cartas, é ter fotos pregadas no quarto todo!
- Mas... onde fica as críticas construtivas, os puxões de orelha, as cobranças e os tapas na cara (não no sentido literal da palavra, mas ... esquece), a volta à realidade, o crescimento em conjunto, as opinões contrárias? - quis saber o pequenino.
- Você me perguntou o que era ser amigo de alguém, e não o que é a realidade - finalizou o mais belo dos sorrisos, que agora, havia 'amarelado' instantaneamento com a observação.
O grãozinho pensou por alguns instantes, que mais pareceram séculos, e concluiu:
- Somos amigos mesmo?

sábado, 8 de maio de 2010

Um não sei o quê de mudança.

O dia em que tudo mudar, e essa música se tornar a minha realidade, aí sim eu vou estar completo ...

Grew up in a small town
And when the rain would fall down
I'd just stare out my window
Dreaming of what could be
And if I'd end up happy
I would pray
Trying hard to reach out
But when I tried to speak out
Felt like no one could hear me
Wanted to belong here
But something felt so wrong here
So I'd pray
I could breakaway

I'll spread my wings and I'll learn how to fly
I'll do what it takes till I touch the sky
Make a wish, take a chance, make a change and breakaway
Out of the darkness and into the sun
But I won't forget all the ones that I love
I'll take a risk, take a chance, make a change and breakaway
...
Wanna feel the warm breeze
Sleep under a palm tree
Feel the rush of the ocean
Get onboard a fast train
Travel on a jetplane
Far away
And breakaway
...
Buildings with a hundred floors
Swinging with revolving doors
Maybe I don't know where they'll take me but
Gotta keep movin on, movin on
Fly away, breakaway
Breakaway

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Passou o dedo pela cabeceira e mostrou para a garotinha deitada na cama ao lado:
— Olha essa sujeira, minha filha, isso aqui está uma vergonha!
— Mas não fui eu que sujei.
— Foi você sim. Está aqui no seu quarto.
— Mas…
— Nada de “mas”. Ainda hoje você pega um paninho e limpa. Quando eu voltar, quero ver isso aqui brilhando.
A garotinha, ainda deitada na cama, refletiu sobre o pó em cima da cabeceira e sua relação de culpa em relação ao pó. E, quando a mãe voltou, a cabeceira ainda estava toda empoeirada. Ela então cobrou a filha:
— Por que é que a cabeceira continua toda cheia de pó?
Com um ar de saber só de experiências feito, a garotinha respondeu, até com certo desprezo:
— Não adianta limpar. Vai sujar de novo. É pó de gente.

(texto do livro Vem cá que eu te conto,
de Rodrigo Domit e Gisele Pacola)

domingo, 2 de maio de 2010

Alguma lembrança sobre o amor.

"Chegou o fim do fim. Deixo agora aquilo que me deixou por um fio. Talvez seja o medo do caminho desconhecido, talvez seja o cansaço de caminhar, mas meus passos fraquejam agora. E por tanto medo de dar um passo em falso, caminhei pisando sobre meus sentimentos. Sonhando tanto em conseguir o amor dos outros, esqueci de me amar. Vesti mil fantasias, experimentei tantas maquiagens e fiz muita pose, esquecendo de chamar minha própria atenção. E por baixo do meu belo figurino, falhei em conquistar meus próprios olhos, os que me viam nu. Enchi um rio de lágrimas do mundo equanto deixava minha dor sedenta.
Sim, te dei meu coração! Por tanto tempo que esqueci de como ele batia. E por olhar só para você, por você, me esqueci de olhar para o relógio, não vi o tempo passar. Desculpe, mas agora estou atrasado, tenho que correr atrás de mim!
Eu amei, eu chorei, eu traí. Eu menti, eu disse a verdade, engoli. Tudo pelo meu coração, sem saber que ele nem era meu. E acordar pensando em você me fez esquecer de levantar. Acorda só agora em tua cama, pois me lembrei de abrir os olhos. Lembrei de fazer meu café e da ressaca da (longa) noite passada. O meu amor-próprio mandou notícias, disse que vai voltar. Eu preciso de mim agora, e vice-versa; Desculpe, meu amor, mas agora eu serei meu amor. Não esqueça meu telefone, não transforme o amor em ódio. Pensa em mim, que eu também pensarei em mim. Sei que ainda vou te fazer tremer, e vou te custar algumas horas de sono, mas antes estar acordado do que ter um pesadelo. Desculpe por algo que fiz de errado, e adeus. Termino agora a nossa história aprender a escrever a minha."
Algumas palavras do meu fotolog, ditas por um alguém que não sou eu, mas que agora é exatamente tudo o que eu quero dizer neste instante.