Ultimamente eu tenho pensado demais na morte. De como as pessoas reagirão à minha ausência. Isso é normal? Escuto músicas imaginando meu funeral, imaginando sensações das quais eu nunca experimentarei. É tão estranho. Deus me perdoe, se isso for pecado. Meu coração tá dolorido de tantas tentativas de acomodação aqui dentro, no meu peito. A única explicação convincente para tal, seria a de quê meu coração não foi feito pra mim, mais isso é tão ridículo. O que é meu, não serve para mim? Me dá calafrios pensar nisso, ou talvez seja só a reação do meu corpo ao frio que faz nessa cidade agora. A filosofia platônica insite em me fazer delirar, e pensar em milhares de bobagens. A certeza de mais um mês se aproximando, me deixa sem sentindos. Há trabalho pra entregar e eu nem sei como fazer, tô terminando de ler as apostilas, e nada, nada surge na minha cabeça para unir as vogais e consoantes, e acabar com essa falta de percepção filosófica. Queria, mais também não queria, voltar a viver de uma forma antiga, menos cansativa, embora eu saiba, que sacrifícios são necessários. Talvez quem passe os olhos por essas linhas, pense que eu sou louco. E talvez esteje certo. Acho que a vida me deixa assim.