sábado, 19 de setembro de 2009

"O eco de antigas palavras. Fragmentos de cartas, poemas. Mentiras, retratos. Vestígios de estranha civilização. "

Nunca disseram ao menino da ansiedade, que ele sofreria. Muito menos, sobre sua língua grande, vermelha e venenosa.
Nunca disseram, ou mesmo ensinaram, que tudo tem seu tempo. Ou não.
A vontade sempre foi sua inimiga. Suas decisões sempre tendiam a seu favor, com uma pitada de cólera. Suas decisões eram, ou talvez ainda sejam, medíocres. Rídiculas.
O tal menino, fez de tudo. E tudo foi em vão.
Tentou. Sorriu. E descobriu-se (ou ainda não).
E no final não decifrou nada. Nada que tenha sido válido pra vida. Nada que tenha sido válido a ninguém.
Não agora. Não nessa vida.
E depois de tudo, quando a tampa da vida se fechou. Quando os algodões o impediam de sentir o seu perfume e as flores não tinham mais aroma nem alegria. Aí sim, ele entendeu que não deveria ter sido daquela forma, e que agora não adiantava mais, já era tarde. A ansiedade, aquela mesma que havia lhe imprestado seu sentido, o matou. Pouco a pouco. Uma gota de veneno ao dia, dizia a receita médica.
E agora as pálpebras não têm mais forças. Dormiram.

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