Durante os dois últimos anos, convivi (e convivo) com essa dúvida; isso vale a pena? Sacrificar (?) minha juventude pelo incerto, pelo ‘talvez’, vale a pena!? São essas interrogações que já fizeram moradia em minha cabeça, no departamento faculdade, e de lá se recusam sair. São setecentos dias aproximadamente a que eu me dedico a incerteza. A incerteza de profissão, de vida, de amigos. Um x-tudo, de nada. É complicado trabalhar com incertezas, mais complicado, diria eu, até que trabalhar com os contratos lá do escritório. MUITO, com letra maiúscula, mais complicado, diga-se de passagem. Todo ano. Todo dia. Toda aula. É a mesma pergunta: é isso mesmo!? Apenas gostaria que me respondessem, se isso vai valer a pena, se é realmente isso mesmo, porque daí... cara, daí eu me empenharia ainda mais, sacrificaria o pouco que fica por sacrificar, deixaria tudo, e então sentiria(?) o preenchimento de todo vazio.
No manual do candidato, aquele que eu comprei lá nos correios – em maio de dois mil e sete; não tinha um parágrafo sequer dizendo, que eu poderia me perder (quem dirá, me achar) dentro do curso, não me disseram (deveria?) que eu teria que lidar com a incerteza, com os medos, com a solidão. E por quê, se isso é uma das coisas na qual mais temos contato quando entramos pra faculdade?! Mais uma pergunta sem resposta pra minha coleção. Não me disseram que eu teria medo, inveja e até uma cobiça pelo destino alheio, não me explicaram que eu iria querer me jogar pela janela do terceiro andar da faculdade, depois de escrever merda na prova, ou de calcular a depreciação da máquina duas vezes. Não me disseram que eu iria querer trocar de vida, assim como quem troca de roupa, tampouco me disseram que eu sentiria medo e que sozinho (no abandono da noite) eu choraria de medo.
Mas medo do quê, eu me pergunto?, de perder cinco anos na faculdade? De apenas deixar algo em troca de outro? Sabe, na mesma hora que eu escrevo essas linhas, eu me sinto tão mesquinho porque, querendo ou não, estou numa faculdade pública, e quantos não gostariam dessa situação!? Me vem à cabeça também um dia (ainda desconhecido) em que eu não vou acreditar que pude escrever tantas drogas por simplesmente estar me sentindo sozinho, ou simplesmente por algo estar dando errado. Não sei, são tantas incertezas agora, que fica até difícil pensar, preciso só de paz para o meu coração, e algumas palavras de apoio. Obrigado.